A notícia
A
notícia caracteriza-se por ser uma narrativa breve, eminentemente
informativa, de um acontecimento real e actual com interesse para um
público vasto.
Destinada
à difusão pelos vários meios de comunicação social, esta narrativa deve
ser apelativa e eficaz. Cabe ao seu redactor o enquadramento dos factos
e a percepção rigorosa daquilo que é essencial, sem nunca esquecer
certas regras de codificação, como o uso de vocabulário claro, simples
e objectivo.
Na
notícia predomina o modo indicativo, porque este modo exprime
acontecimentos ou estados reais. Os modos conjuntivo e condicional não
são tão utilizados, já que encaram o facto expresso pelo verbo como
algo incerto ou eventual, inspirando dúvida no leitor.
Outras características de morfologia e sintaxe da notícia:
- frases curtas, pouco complexas e de tipo declarativo;
- nível de língua corrente;
- função informativa da linguagem;
- disposição da informação essencial no início da frase;
-
utilização frequente de nomes e de verbos de acção e movimento em
detrimento de adjectivos, principalmente dos valorativos (que emitem
juízos de valor).
Estrutura da notícia
Titulagem
Antetítulo - indica o assunto geral. Nem sempre está presente nas notícias.
Título - dá conta do facto principal. Deve ser curto (não deve conter mais de dez palavras) e atractivo.
Subtítulo - refere aspectos particulares relevantes. Nem sempre está presente nas notícias.
Os títulos da notícia
Os
títulos das notícias são extremamente importantes para captar a atenção
do leitor e despertar a sua curiosidade para a leitura integral do
texto; por isso, há diversas técnicas que sustentam a elaboração de
títulos originais:
- frases interrogativas;
- aproveitamento de nomes de programas de televisão;
- expressões populares;
- aproveitamento de nomes de filmes;
- metáforas;
- frases nominais;
- provérbios.
Lead (parágrafo-guia ou cabeça)
Corresponde ao 1º parágrafo, no qual se exprime o sentido global da narrativa. Responde às quatro perguntas essenciais:
Quem? - os agentes da acção.
O quê? - o que aconteceu ou vai acontecer.
Onde? - o local do acontecimento.
Quando? - a data.
Corpo da notícia
Corresponde aos restantes parágrafos. Desenvolve os acontecimentos, respondendo às perguntas:
Como? - as circunstâncias.
Porquê? - os motivos e as razões.
Para quê? - a finalidade (esta questão nem sempre é respondida e muitas vezes funde-se com o Porquê?).
A reportagem
A
reportagem é uma narrativa longa que resulta de um processo de
investigação e documentação intenso (por vezes tem por base uma
notícia).
O
repórter desenvolve de forma detalhada um determinado tema, deixando,
normalmente, transparecer a sua interpretação pessoal dos factos.
A reportagem é frequentemente acompanhada de fotografias e testemunhos que reforçam o seu carácter documental.
É
redigida num estilo cuidado, mas acessível. A transmissão de informação
deve ser feita de uma forma detalhada e objectiva daí que exija do
repórter poder de selecção e organização dos dados recolhidos e uma
perspicaz interpretação dos factos.
A reportagem pode ser divulgada na imprensa na televisão ou na rádio.
É
um género jornalístico tendencialmente longo e, por isso, necessita de
recorrer a determinados mecanismos, que o tornem apelativo.
As reportagens televisivas usam recursos multimédia variados como a imagem e o som, pelo que se tornam facilmente apelativas.
As reportagens de imprensa, recorrem a técnicas gráficas e textuais tais como o lead que apresenta o assunto a desenvolver e resume as informações essenciais da reportagem; o corpo que desenvolve os acontecimentos, incluindo comentários do jornalista e pequenas entrevistas; o subtítulo
que centra a atenção do leitor sobre aspectos particulares relevantes
(no desenvolvimento aparecem, muitas vezes, subtítulos que facilitam a
leitura e antecedem cada uma das partes fundamentais da reportagem); as
fotografias que funcionam como complementos da informação (elementos de apoio à informação escrita).
A reportagem é um texto jornalístico redigido num registo de língua corrente, porque se dirige a um público vasto e heterogéneo.
O
seu discurso é essencialmente objectivo, se bem que perpassado por
marcas de subjectividade quando o repórter transmite a sua
interpretação dos factos.
Centra-se
sobre uma acção, um acontecimento ou uma personalidade que não o
repórter, e, por isso, utiliza a terceira pessoa gramatical.
A função da linguagem predominante é a informativa, já que o seu objectivo central é a transmissão de informação.
A informação veiculada é aprofundada, já que desenvolve um tema de grande interesse